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MERCADO IMOBILIÁRIO CONTINUA EMPOLGADO COM RITMO DE VENDAS

01.08.2021

Com demanda em alta por imóveis maiores, setor se aquece com construtoras lançando imóveis e imobiliárias fechando negócios a ponto de faltar pessoal para atendimento.


O mercado imobiliário continua aquecido de tal forma que já é um dos poucos setores com contratação de mão de obra. Nem mesmo a tecnologia e o avanço dos negócios, celebrados pela internet, reduziram o contingente de pessoal nas imobiliárias. O movimento de vendas continua a seguir a tendência apresentada pela Acigabc (Associação das Construtoras e Imobiliárias do Grande ABC) no balanço do primeiro trimestre deste ano. Embora os números do semestre ainda não estejam fechados, o apontamento é de alta das vendas, com página virada da crise imobiliária dos últimos quatro anos, agravada pela pandemia.

Segundo Nílson Ferreira, sócio proprietário da Guaíra Imóveis, com escritórios em Santo André e São Bernardo, os resultados de vendas neste ano são tão bons que a empresa está permanentemente em busca de pessoal qualificado. “Estou no ramo há 34 anos e nunca vi um movimento como esse. Contratamos bastante, apesar dos processos hoje serem todos digitais, com menos papel. A gente precisa, por conta do volume de imóveis em carteira, ter mais corretores e mais pessoal administrativo”, diz. Somente nos últimos dois anos, Ferreira aumentou o quadro de pessoal em 25%. “Só de corretores temos 180 e todos com trabalho de casa, exceto quando têm que mostrar algum imóvel”, explica.

Preferência por casa térrea

Ferreira diz que alguns fatores favoreceram o crescimento. “Acredito que é uma combinação de fatores, são as taxas juros menores e a pandemia que trouxe a necessidade das pessoas adequarem suas moradia para o home-office”, analisa. O empresário conta que o perfil dos imóveis mais procurados tem mudado. “Hoje a procura grande é por casas e aquelas com quintal. Se as pessoas buscavam o apartamento pela segurança, hoje já abrem mão um pouco disso para terem um pouco mais de conforto e espaço”, comenta.

Os imóveis mais vendidos, segundo Ferreira, estão na faixa dos R$ 450 mil, e estas vendas ajudam também outros segmentos. “Em geral o cidadão vende um de R$ 250 mil e compra um de R$ 450 mil, e o que vendeu o de R$ 450 mil vai comprar outro mais caro. Essa cadeia tem favorecido até os imóveis de alto padrão”, diz. Na Guaíra os bairros mais procurados, em São Bernardo, estão no Centro e Rudge Ramos e, em Santo André, nos bairros Jardim, Bela Vista e Valparaíso.

João Rodrigues de Camargo Júnior, proprietário da ACamargo, imobiliária com sede em Mauá, concorda com a média de valores apontada. Os imóveis de R$ 200 mil até R$ 400 mil são os mais vendidos. “Eu achei que 2020 ia ser ruim, e no começo até foi, mas depois foi melhorando e passou a ser até melhor que 2019. Já 2021 já superou 2019”, compara. A preferência dos clientes, diz, é por casa térrea e com quintal, ou apartamento com sacada. “Esse movimento veio por conta da pandemia e pela facilidade de crédito, há muito crédito com taxas baixas, os bancos estão abrindo as portas”, comemora.

Na carteira, Camargo conta com mais de mil unidades em todo o ABC, Capital e Interior do Estado. Com o volume também enfrenta falta de pessoal para atender. “Tenho dificuldade para encontrar bons corretores, qualificados. Mudamos toda a nossa estrutura para o on-line, não tem outro jeito, tem que se modernizar e quem não fez isso vai ficar para trás. Mesmo assim precisa de gente, tem hora que tem que ser cara a cara”, diz o empresário, que tem fechado mais negócios no Parque São Vicente, em Mauá.

Construtoras estão apostando no furor do mercado para fazer lançamentos.

Locações

Os aluguéis não subiram, pois a pandemia forçou negociação com os proprietários que tiveram de reduzir os preços para manter os imóveis ocupados. Na carteira, Camargo tem mais de 200 imóveis e na pandemia negociou todos. Mesmo assim, com o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) alto, muitos proprietários perderam os inquilinos. “Portanto, sugerimos a negociação; quem não aceitou negociar perdeu o inquilino, que foi atrás de um aluguel mais barato”, afirma.

Milton Bigucci Júnior confirma o otimismo no setor. Afirma que o mercado está favorável desde o segundo semestre de 2020, que surpreendentemente foi muito bom. E o ritmo de melhora continua em 2021. “Apesar de uma leve alta nos juros ainda está muito favorável, eu vejo que o pessoal gostou de ficar em casa então teve um movimento de saída de um apartamento menor para outro maior. Tem ainda uma demanda reprimida, porque tivemos quatro anos de crise e aí 2019 terminou bom, 2020 começou bom, veio um baque com a pandemia, mas depois melhorou, então essa demanda reprimida vem muito forte”, compara.

Milton Bigucci Júnior diz que parte da produção de imóveis novos está ficando com investidores que enxergam no aluguel residencial um bom negócio.

O dirigente diz que com o avanço da vacinação e o retorno das atividades, o mercado ficará ainda mais animado. Acredita que alguns setores que não foram muito bem vão começar a se recuperar e, ainda, o investidor. Este, vendo que é um bom negócio comprar imóveis, porque o preço tende a subir pela alta demanda e pela alta dos materiais de construção, vai investir. “Além disso, os investidores também compram porque o aluguel residencial passou a ser um bom negócio, o que não era; o bom negócio era o aluguel comercial, mas com a pandemia isso mudou então os investidores compram para alugar e vieram forte para o mercado imobiliário, por isso todas as construtoras estão com lançamentos, nós da MBigucci íamos lançar cinco empreendimentos este ano, já lançamos quatro e estamos programando mais cinco até o fim do ano”, completa.



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