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CONSTRUTORAS DEBATEM CONSULTA PÚBLICA SOBRE ESTAÇÕES DE RECARGA PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS

12.04.2024

Com o aumento da procura por carros elétricos, não só no Brasil, mas em todo o mundo, incêndios neste tipo de veículos podem ser um problema para os bombeiros tentarem resolver.


Apenas em janeiro, foram emplacados 12.026 veículos eletrificados (elétricos e híbridos) no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Na comparação com o mesmo período do ano passado, o número representa um avanço de 167%.

Caso ocorra um acidente que envolva um veículo com bateria elétrica, o fogo costuma durar mais e demandar mais água para ser extinto, dentre outros fatores. Assim, o Corpo de Bombeiros de São Paulo lançou uma consulta pública visando criar uma regulamentação para vagas e carregadores de carros elétricos.

A consulta pública denominada “Ocupações com estações de recarga para veículos elétricos”, foi iniciada na sexta (5) de abril e segue até o dia 5 de maio.

Entre as propostas estão regulamentações técnicas para a instalação de carregadores e segurança estrutural, como equipamentos que desliguem os carregadores de forma manual estando entre 20 e 40 metros do aparelho, a presença de extintores e sinalizações de perigo.

Além disso, há exigências para as vagas. Uma delas seria o distanciamento do carro elétrico em um ponto de carregamento em 5 metros de qualquer outro veículo ou instalar paredes corta-fogo entre os veículos. Em garagens cobertas, a proposta seria a instalação de chuveiros automáticos com detectores de fumaça ou chuveiros individuais, desde que a vaga seja cercada por parede corta-fogo até o teto. Carregadores em estacionamentos onde os carros ficam em área de difícil acesso também seriam proibidos.

Todas essas exigências geraram alerta para os membros da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do ABC (ACIGABC). Durante reunião, realizada, na quarta (10), Milton Bigucci Junior, diretor técnico da Construtora e Incorporadora MBigucci, e diretor do Secovi-SP- regional ABC, discorreu sobre o tema.

“A portaria exige a instalação de sprinklers em cima de toda a vaga elétrica, spray aerossol, distância de 5 metros, pois se a manutenção do motor do veículo a combustão ocorre por cima, nos elétricos, a bateria é em baixo e caso o veículo pegue fogo, ele sairá pelas laterais”, explicou Bigucci.

O empresário anunciou que, representando a ACIGABC e o Secovi-SP, já se mobilizou para encontrar possíveis soluções para as exigências dos bombeiros, em conjunto com o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).

“Teremos uma reunião, com as montadoras de veículos (ANFAVEA e ABVE), na próxima semana para alinharmos um documento com respaldo técnico que será apresentado ao comando do Corpo de Bombeiros", revelou.

De acordo com Bigucci, será proposto, a princípio, à corporação o aumento do prazo de 30 dias. “Porque 30 dias para defender tecnicamente isso é muito rápido. Queremos entender o porquê deles chegarem nos sprinklers, no aerossol, no compartimento de estação etc", contou.

“Hoje, isso praticamente inviabiliza a construção de novas vagas elétricas nas edificações, principalmente residenciais, ficando na melhor das hipóteses restritas à uma ou duas por edifício. Outro ponto que preocupa é o prazo de 1 ano que o Corpo de Bombeiros está dando para adequar as vagas elétricas já existentes, o que pode trazer muitos problemas, uma vez que em alguns casos esta adequação pode ser inviável", afirma Bigucci.



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