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BOFA APOSTA EM FORTE RECUPERAÇÃO DO SETOR IMOBILIÁRIO BRASILEIRO

30.09.2020

O Bank of America (BofA) afirmou, em relatório enviado aos clientes, que o mercado imobiliário brasileiro está entrando em uma recuperação após vários anos, impulsionado pelas taxas de juros mais baixas, ampliação do crédito e suporte do governo.


Segundo o banco, a visão otimista sobre o setor imobiliário se reflete na postura positiva em relação às construtoras brasileiras. As ações da Cyrela são a principal escolha da equipe.

“Nossa visão otimista se reflete em nossa postura positiva sobre as construtoras brasileiras, a Cyrela é uma das principais opções. Desde a pandemia, as construtoras brasileiras tiveram um desempenho inferior, embora o setor de construção fosse um ponto positivo na economia. A recuperação da habitação deve ter impactos positivos para o mercado de trabalho do Brasil, uma vez que a construção civil já representou até 9% do emprego no passado”, diz o relatório.

Segundo os analistas Nicole Inui, David Beker e Ana Madeira, que assinam o relatório, o que torna este ciclo habitacional diferente dos ciclos anteriores é o ambiente de taxas de juros extremamente baixas.

As taxas de referência no Brasil estão em 2% e devem permanecer baixas (1,75% no final de 2020 e 3,25% em 2021), segundo o banco. Em ciclos de flexibilização anteriores, as taxas de referência chegaram a 7,25%.

“As taxas de juros baixas têm amplas implicações, além do típico aumento da acessibilidade. Os investidores estão transferindo dinheiro de fundos de renda fixa de baixo rendimento para o setor imobiliário, aumentando a demanda por imóveis. Os investidores também estão transferindo dinheiro para contas de poupança, o que, por sua vez, aumenta o crédito disponível para empréstimos imobiliários. Os bancos brasileiros devem destinar 65% das cadernetas de poupança para habitação”, diz.

O BofA ressaltou que os compradores não estão apenas aproveitando as taxas baixas, mas também novos tipos de financiamento oferecidos pelos bancos. Muitos bancos privados refletiram os esforços da Caixa para reduzir as taxas e expandir a oferta de hipotecas. O BofA cita os casos da Caixa e do Itaú, com crédito indexado à poupança, com taxa que pode chegar a 5,39%. No lado do governo, o banco aponta que ele também está desempenhando um papel de apoio ao setor, por meio de ampliação do crédito via Caixa e pelo programa de habitação popular, rebatizado de Casa Verde Amarela.

Os principais riscos para o mercado, segundo o BofA, são uma reversão no ciclo de afrouxamento monetário, deterioração do mercado de trabalho e um consumidor alavancado.

“Esperamos que as taxas de juros permaneçam baixas, mantendo a pressão de baixa sobre as taxas de hipotecas. No entanto, uma nova deterioração do cenário fiscal e o aumento das expectativas de inflação podem levar a aumentos nas taxas de juros mais cedo do que o esperado. Além disso, se os mercados de trabalho não melhorarem e se a dívida das famílias continuar alta (47% da renda em julho), a demanda por moradias poderá diminuir”, finaliza.

(Conteúdo publicado originalmente pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor)


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